The New York Times diz ter quatro jornalistas desaparecidos na Líbia
Quatro jornalistas do The New York Times estão desaparecidos na Líbia, informou o jornal nesta quarta-feira (16) em seu site. O último contato ocorreu na manhã de ontem, e há informações desencontradas de que eles teriam sido capturados em Ajdabiya por forças de Muammar Gaddafi.
“Nós conversamos com autoridades do governo em Trípoli, e eles nos dizem que estão tentando verificar o paradeiro dos nossos jornalistas”, afirmou o editor-executivo Bill Keller. “Somos gratos ao governo líbio que assegurou que, se eles tiverem sido capturados, serão entregues prontamente e sem ferimentos.”
Os jornalistas são Anthony Shadid, chefe do jornal em Beirute e duas vezes ganhador do Pulitzer, o repórter Stephen Farrell, que já havia sido raptado pelo Taleban em 2009, e dois fotógrafos, Tyler Hicks e Lynsey Addario.
Ghaith Abdul-Ahad, jornalista do periódico inglês Guardian, foi solto nesta manhã de acordo com a publicação. Ele havia sido detido junto do enviado especial do jornal "O Estado de S. Paulo", Andrei Netto, pelas forças de segurança. “Ghaith foi solto e está longe da Líbia. Somos gratos a todos aqueles que trabalharam nos bastidores para ajudar a libertá-lo depois de seu calvário”, afirmou o editor do jornal Alan Rusbridger.
Nesta quarta, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) condenou a violência contra os jornalistas naquele país e lamentou que a morte de um cinegrafista da emissora "Al Jazeera" no sábado tenha levado essas intimidações "a um novo extremo". "Aqueles que exercem a autoridade na Líbia têm que perceber que semelhantes ações não acabarão com seus problemas", diz em comunicado a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quarta-feira (16) um cessar-fogo imediato na Líbia, e para que as forças que apoiam o regime de Muammar Gaddafi não bombardeiem a cidade de Benghazi. "O secretário-geral solicita a todas as partes envolvidas neste conflito para que aceitem um cessar-fogo imediato", disse em entrevista coletiva o porta-voz da ONU, Martin Nesirky. As forças leais ao ditador líbio executaram uma ofensiva nesta quarta contra a cidade de Misrata (oeste), controlada pelos insurgentes, e mataram pelo menos quatro pessoas. Aviões bombardearam também a cidade de Benghazi, a segunda mais importante do país e o principal reduto dos rebeldes, segundo o coronel insurgente Faradj el Feyturi. Mais cedo, autoridades líbias informaram que rebeldes tomaram um petroleiro da Companhia Nacional de Transporte Marítimo (GNMTC), carregado com petróleo leve, e desviou o navio para Tobruk (extremo leste). A companhia é dirigida por Hannibal, um dos filhos do ditador.
Na nota, ela afirma que a morte do cinegrafista "é o último ato de uma série de ataques violentos, agressões e detenções de jornalistas na Líbia". A diretora ressaltou que esse assassinato evidencia os riscos que os jornalistas estão correndo no país, onde, segundo a Unesco, as autoridades bloquearam o sinal dos meios de comunicação estrangeiros e "incitaram a violência" contra a imprensa.
Ela condenou ainda a detenção do jornalista brasileiro e as agressões sofridas por três jornalistas da emissora pública britânica "BBC" durante 21 horas em 7 de março.Crise no Oriente Médio e países vizinhos
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